Era uma vez um menino que vivia numa casa, com sete janelas e um jardim, à beira mar. O rapaz gostava muito de ir para as rochas, que estavam ao pé do mar.
o mar travavam uma grande batalha. Por fim, cansado de escutar o barulho adormeceu.Brincou nas poças de água e nas rochas, estava tão feliz que dançava em cima delas. Passado algum tempo viu que eram horas de ir para casa e estendeu-se ao sol a secar.
O rapaz estava atrás de uma rocha a ver a menina a bailar. A maré começou a encher demasiado e a menina e os seus amigos foram embora.
Eles caminharam pela areia e os quatro entraram numa gruta com uma entrada muito pequena.

No dia seguinte foi a correr para a praia, para ver se estavam lá de novo. E estavam.
- Não grites, que eu não te quero fazer mal, só te quero ver porque és muito bonita e pequenina!– Dizia o rapaz.Mas ela pensava que ele a queria fritar, pois era o que ela tinha ouvido dizer. Que os homens fritavam tudo o que saía do mar.
Ao fim de algum tempo ela calou-se e explicou-lhe como é que tinha ido parar ao mar e que eram o polvo, o caranguejo e o peixe que tomavam conta dela. Que lhe faziam o comer, a cama e brincavam com ela. Depois perguntou ao rapaz se conhecia o fundo do mar, e como ele disse que não, ela começou a contar o que lá havia e que ela era a bailarina da Grande Raia de quem tinha muito medo...
De repente lembrou-se dos seus três amigos que deviam estar muito aflitos por não saberem onde ela estava.
No dia seguinte o menino foi colher uma rosa encarnada e perfumada para oferecer à menina do Mar. Depois foi ao encontro dela e dos seus amigos. A menina achou a rosa linda. Ela cheirou a rosa e ficou pasmada com o cheiro das coisas da Terra. No mar não havia perfume assim. Na Terra tudo era diferente, havia monstros e perigos, mas as coisas eram alegres. O rapaz respondeu:
- Isso é por causa da saudade.
- O que é a saudade? – Perguntou ela.
- É a tristeza que fica em nós quando as coisas de que gostamos se vão embora.
- Porque me mostraste a rosa agora apetece-me chorar.
- Deixa lá a rosa vamos mas é brincar. – Disse o rapazito.
E lá foram os cinco pelo carreirinho da água rindo felizes.
- Bom-dia! – Disse a menina. O que me trouxeste hoje?
O rapaz mostrou-lhe uma caixa de fósforos. Acendeu um, ela bateu palmas e disse que era lindo e alegre, quis tocar no fogo, mas ele disse que não, que queimava. Embora fosse amigo do homem podia fazer muito mal se fosse mal usado.
A menina disse que a Terra tinha coisas esquisitas e diferentes e pediu-lhe que falasse mais sobre a Terra.
Sentaram-se na água e o menino contou-lhe como era a sua casa, o jardim, as cidades, os campos, as florestas e as estradas. Ela queria conhecer todas essas coisas e, ele convidou-a a ir com ele.
Ela não aceitou, pois não podia estar sem água senão morria tal como as algas, enrugadas e secas quando a maré vaza.
O menino teve a ideia de no dia seguinte a meter num balde com água e levá-la com ele. No outro dia, o menino chegou com o balde e encontrou-a a chorar acompanhadas com os seus amigos. Ela explicou que os búzios tinham ouvido a conversa e tinham ido contar à grande Raia que ficou furiosa e tinha mandado os polvos para ver tudo e não a deixar ir com ele. Que no dia seguinte a ia mandar para uma praia muito distante.
O rapaz, ao ouvi-la, meteu-a rapidamente dentro do balde e pôs-se a correr, mas os polvos rodearam-no e com os seus braços agarraram-no nas pernas, no corpo e ele caiu sem sentidos. Quando acordou não viu ninguém e foi para casa triste.
Estavam todos tristes e calados, mas quando o viram ficaram muito contentes. A menina dançou o polvo fez o pino, o caranguejo deu cambalhotas e o peixe saltos mortais. Ela explicou que um dia o rei dos mares deu uma festa e a convidou para dançar, mas como ela estava triste dançou mal, então os búzios para a defenderem da fúria do rei contaram tudo e que tinha sido a grande raia a culpada.O rei com pena dela, tinha dado a uma gaivota o frasco com o suco das anémonas para lho entregarem e assim ele poder ir ter com ela ao fundo do mar.
E assim ficaram juntos e felizes para sempre.
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